domingo, 9 de maio de 2010

Sobre os sonhos

Já disse aqui que eu e o D. gerimos, praticamente, uma empresa de sonhos??
Temos para dar e vender. Somos sonhos desde o primeiro dia do nosso namoro. Não fazemos cerimónia nenhuma e sonhamos. Se calhar foi sempre isso que alimentou estes anos. Sonhos muito realistas com uma probabilidade enorme de se realizarem. Outros sonhos que nos saíam da boca para fora e que nos provocavam ataques de riso "Eu gostava mesmo era de um dia..." e o outro muito sério ficava a olhar até rebentar a rir "Claaaro". Também temos sonhos completamente incompatíveis "Gostava imenso de não ter de pensar em dinheiro, não ter de me matar a trabalhar" e, ao mesmo tempo, "Quero viajar a vida toda", hummm como é que isto se faz sem dinheiro??

Bom, mas o mais bonito é que os sonhos de cada um foram-se transformando nos sonhos do outro. Agora sonhamos ao mesmo tempo as mesmas coisas. E estamos empenhados em tornar os nossos sonhos realidade. Porque se nos lembrarmos todos os dias do que o outro sempre sonhou para a sua vida e nos dedicarmos a torná-los realidade, isso faz de nós a pessoa mais importante da vida do outro: a única que tem a capacidade e a sabedoria de a fazer feliz, de procurar dar-lhe o que a preenche e dá plenitude.

Porque a vida faz-se disso mesmo, de sonhos que são pequeninos e que nos constroem enquanto pessoas, que tornam em coisas visíveis o mais íntimo de nós. Ao fazermos o que sonhamos, deixamo-nos a nós próprios em coisas que os outros podem testemunhar. E somos, ao mesmo tempo, prova viva de que a vida não precisa de ser qualquer coisa por que passamos, não precisa de ser vivida no imaginário, que não precisamos de viver a vida pela dos outros, o que vemos nas revistas, nos filmes, nos livros e nas telenovelas. Não. A vida pode, e deve, ser vivida sem reservas. Rumar ao alto é o primeiro passo para se subir um degrau. Vivamos os nossos sonhos, o que é feito à nossa medida. Porque a medida da do lado é diferente da minha e a vida dela provavelmente não me servirá.

E saber que não me cabe a mim fazer-me feliz e realizar os meus sonhos, mas que essa é função dele, não só me permite uma entrega mais profunda como me deixa livre para a minha tarefa: de planear um dia-a-dia feliz para ele.

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