Tenho ouvido umas tantas vezes que o meu blogue revela uma pessoa feliz.
Quem me conhece sabe que pouco, ou nada, teria a ver comigo fazer um blogue que falasse apenas de desgraças. Sou assim desde pequenina, com um jeito especial de sorrir na adversidade e, bem ou mal, ir levando a vida a rir mesmo quando, por dentro, tenho o coração em lágrimas. Orgulho? Pode ser. Muitas vezes não chorei quando me apetecia para que não pensassem em mim como a coitadinha. Detesto as palmadinhas nas costas.
Mas depois, pensando bem, percebi que chorei, sim, à frente de todos os que queriam ver, quando as coisas eram realmente importantes. Chorei quando, no mesmo ano, me morreram 1 avó e 3 bisavós. Quando o meu namorado acabou comigo para ir para Padre, quando morreu o meu padrinho de baptismo. Chorei quase três dias quando a minha/nossa vida ficou por um fio naquela estrada do sul de Espanha. Chorei (muito) quando os meus pais se separaram e nunca vou esquecer daquela sessão de choro com a minha segunda família, os quatro a chorar na mesa da cozinha. O tio A.M. de lágrimas nos olhos pelo fim de um casamento em que todos acreditavamos.
E, então, conclui que o segredo desta minha postura de bem com a vida (que são os tijolos da felicidade que se constrói) advém da capacidade que desenvolvi e me esforço por aperfeiçoar, de só dar importância ao que é, realmente, importante.
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