segunda-feira, 1 de março de 2010

Gostava muito

Gostava muito de um dia escrever um livro.
Calma, não é já a febre de blogger a subir-me à cabeça, ou o desejo de ter um jornal a bater-me à porta a oferecer uma cronicazinha ao fim-de-semana.
Não.
É que fico tão triste quando penso que a maioria das pessoas lê coisas que tão pouco ou tão nada acrescentam à sua sabedoria. Que se movem, tantas vezes, pela curiosidade mórbida que consome o ser humano. Devoram auto-biografias de modelos, jogadores, participantes de reality-shows. Devoram livros de anedotas e aqueles arrepiantes "DEZ PASSOS" para emagrecer, para perder celulite, para comprar os sapatos da moda, para saber tratar das suas unhas, para satisfazer a sua parceira na cama, para ser rico em menos de um mês.

É que gostava tanto de falar às pessoas da alegria que é viver-se feliz com o que se tem, amar-se quem nos ama, dar a vida por aquilo que nos move, mover-nos por aquilo que nos preenche. Transbordar valores, maneiras saudáveis de ocupar o tempo, temas de conversa que nos fazem rir sem que para isso tenhamos de falar de alguém que não está presente. É que gostava tanto de dizer às pessoas que devem ser menos preocupadas com o que os outros pensam, que assim serão mais genuínas e, assim, sentir-se-ão mais leves e, assim, não pesando tanto, não vão sentir necessidade de ir procurar lá fora o que têm tão perto: cá dentro.

2 comentários:

  1. Este seu pensamento partilhado fez-me lembrar que alguém dizia por aí, há muitos séculos atrás, que qualquer homem que se preze não deve morrer sem ter plantado uma árvore, escrito um livro e ter um filho.
    Se este pensamento, ou vontade, de escrever um livro surgiu em si, ou eu me engano muito ou vai mesmo escrevê-lo. Em que circunstâncias, lugar e tempo, não sei, mas que o vai fazer, vai.Porque a menina tem muito para dar de si, e dar aos outros, e os outros têm muito para receber de si. E os temas que vai abordar farão com que, seja quem for, possa encontrar um sentido para a sua (dela/pessoa) vida, ou faça com a sua (dela/pessoa) vida mude de sentido.Mãe.1 de Março de 2010

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  2. Eu também acho que deves escrever um livro. Como diz a tua Mãe sobre o homem que se preze, só tens que escolher as prioridades: ou começas pela árvore, ou pelo filho ou pelo livre.

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