quarta-feira, 10 de março de 2010

E por ser dia 10... Vou ao Teatro

A peça que andava na cabeça do director artístico do Teatro Nacional D.Maria II (TNDMII), Diogo Infante, era "Rei Édipo". Nessa altura, Jorge Silva Melo tinha viagem marcada para Madrid. Não adiou a intenção mas, uma vez lá chegado , "acabei por não fazer o que pensara. Optei por ir à procurar versões de Sófocles nas livarias madrilenas".

De regresso aceitou o desafio proposto por Diogo Infante, desde que lhe fosse dada a hipótese de reescrever a peça. Foi o que fez. Até porque, recorda, "há quase vinte anos, pouco depois de fazer o "António Rapaz de Lisboa", que lhe tinha prometido uma peça".

De volta ao clássico de Sófocles o encenador explica que não queria levar ao palco uma versão como a que viu em Madrid. "Não queria um Édipo de coturnos e saia, não queria aquelas listas infindas de deuses e lugares, queria ir a direito por um texto onde me encontrasse, e aos meus sonhos maus".

Nesta novo projecto para o TNDMII, Jorge Silva Melo volta trabalhar com muitos dos actores que o têm acompanhado. E outros cujo trabalho suscita a sua admiração. Convidou Virgílio Castelo "que fará de Creonte e Lia Gama, que fará de Jocasta". Mas também Cândido Ferreira, António Simão e José Neves. A peça inclui ainda um coro de 25 actores, alguns dos quais trabalham pela primeira vez com o encenador e director dos Artistas Unidos. A ressaltar ainda a colaboração da Orquestra de Câmara Portuguesa que interpretará a música original composta por Pedro Carneiro.

Escrita por Sófocles por volta de 427 a.C., "Rei Édipo" foi considerada por Aristóteles o mais perfeito exemplo de tragédia.
A trama decorre num momento em que a peste atinge a cidade. E o Rei Édipo quer saber porquê. De pergunta em pergunta, de resposta em resposta, os enigmas vão caindo. Édipo vai descobrir uma verdade tremenda. Esta é a tragédia do saber.

Fonte: Jornal de Notícias

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