Porque tudo na Ásia me marcou, tudo é puro: o ar, as pessoas, os sentimentos, as paisagens.
É como se o homem nunca lá tivesse chegado.
Tenho saudades do cheiro daquelas terras, de andar descalça, de toda a gente me sorrir.
Tenho saudades da comida e de dormir sem lençóis.
Tenho saudades de viajar horas infinitas, mas não perdidas, de autocarro.
Tenho saudades de cumprimentar os monges e me perder à conversa com eles sobre os seus costumes.
Tenho saudades de beber sumos de fruta de manhã à noite. Passear de tuc-tuc ou de elefante.
Tenho saudades de invejar aquela maneira de estar na vida. Preciso de me lembrar outra vez que é mesmo possível viver um dia de cada vez. Cada um tem o seu negócio e o que interessa é o que se faz nesse dia. Depois ir para casa, perto da família, rir e falar muito depressa e o amanhã logo se vê.
Tenho saudades de entrar numa loja e as crianças estarem por ali e a senhora ao telefone e só desligar se eu quiser comprar qualquer coisa. Claro, por que é que não pensamos nisto antes? Por que é que as empregadas da loja não podem estar ao telefone ou ver televisão se a maioria das pessoas só entra para "dar uma vista d´olhos?"
Tenho saudades do pôr-do-sol nas praias da Indonésia. Nunca verei nenhum mais bonito. Tenho a certeza.
Tenho saudades daquela sensação de viver. Viver com letra grande. Sim, é isso que a Ásia faz em mim.
Como eu percebo esses dias e esse sentimento... Nao pela Ásia mas está lá perto;)
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