segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Querida B.

Deves estar a estranhar eu não ter respondido à tua mensagem. Não, não estou à espera de tempo para te responder com calma (ahahahah, percebeste a boca?). Eu queria mesmo era escrever-te aqui.

Ando há séculos para o fazer, de cada vez que me deixas um comentário. Agradecer-te o facto de me fazeres sentir-te dessa maneira tão subtil. E se, durante anos e anos sem fim, (mais de 15) tinha de levar contigo todos os dias sentadinha ao meu lado o dia inteiro, ler as tuas cartas e recados, descontrolar-me a rir enquanto os professores falavam e fazer-te o mesmo a ti, agora a nostalgia desses tempos faz-me sorrir o coração de cada vez que vejo que passaste por aqui e permitiste que sentisse o abraço.

Fiquei tão feliz com a tua mensagem, tarde e a más horas. É que cheguei mesmo a acreditar quando me dizias, muito séria, que ficavas para tia dos meus filhos. Mas, no fundo, não podia ser. Não acreditava que ninguém percebesse a enormidade desse metro e meio com 45kg. Não acreditava como é que os homens, cada um deles que se cruzava no teu caminho, não conseguiam ver, mesmo em frente dos seus olhos, como o tesouro que há em ti se mantinha ali, escondido, intacto, precioso.
Finalmente viram. Finalmente alguém teve a clareza de espírito e a sensibilidade para intuir que aí, por trás dessa pele morena e figura esguia, estava uma alma sem tamanho, maior do que o mundo, em que cabe toda a bondade e pureza (ingenuinidade tantas vezes). Finalmente te vejo assim, com os olhos a brilhar e a vontade de agarrar o momento.

Finalmente vejo que a felicidade é tanta que não cabe em ti, que tens de partilhar por mensagens o quão feliz estás. Então, se é mesmo assim, se transborda dessa maneira, é porque é amor. E o amor, querida B., ultrapassa-nos, torna-nos mais nós mesmas, faz-nos sentir a plenitude que podemos alcançar, faz-nos querer bater as asas com mais força e voar mais alto, calçar as barbatanas e nadar mais fundo. Faz-nos querer viver e sentir tudo como se pairassemos no nada. E ainda bem, porque faz muito mais sentido viver estas coisas nos extremos, e a dois.


PS- E à Mãe da B., minha também, que me deu colo como a minha mãe, que me abraçou como a minha mãe, que me ralhou como a minha mãe, obrigada por agora passar por aqui também e fazer deste espaço mais uma divisão da nossa casa, a casa das três.

1 comentário:

  1. OBRIGADA... Esta é uma palavra tão repleta de sentimento e de profundidade!... Apesar de no dia-a-dia ser associada a uma palavra de boa educação, neste momento é uma palavra especial!... Uma palavra que transmite tudo aquilo que sinto desde há 20anos atrás por uma miúda fantástica e que transmite, ainda, tudo o que senti ao ler estas palavras neste teu cantinho!... Que orgulho poder fazer parte deste espaço de uma forma diária e ter-te a ti como AMIGA!...

    Bem, e devo dizer-te que o meu feriado começou cheio de sol na janela e cá dentro também!

    =')

    B.

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