domingo, 2 de janeiro de 2011

Sobre a passagem de ano

Em primeiro lugar, se perdermos dois minutinhos que sejam a pensar no que poderá haver de especial em esperar pela meia noite de um dia e celebrar o começo de um ano do qual, regra geral, nos havemos de queixar por mil razões, percebemos que é perfeitamente idiota dar extrema importância ao evento.

Mas pronto, a malta é jovem e não se pode armar em velhos com os pés pra cova e por isso acaba por fazer planos fantásticos para essa noite que é (quase) igual às outras todas.

Gosto muito de jantar sentadinha à mesa, comer bem e conversar bem no último jantar do ano. Faço sempre os meus amigos escolher o ponto melhor e pior do ano que passou e, assim, nascem sempre momentos íntimos e de partilha que nos unem e nos fazem agradecer ter quem se preocupa e, acima de tudo, se interessa pelas nossas coisas.

Enquanto tinhamos dois casais amigos que andavam sem programa eu estava muito contente: íamos jantar aqui em casa, os seis, sentadinhos à mesa e armados em crescidos. Mas, depois, já se sabe. Um acaba com a namorada e não tem para onde ir, outro tem sempre muitos programas mas não tem nenhum, e por aí fora e já eramos dez. Ora, posso ter muito boa vontade mas este nosso ninho do amor é um ninho modesto e apertado. Já ninguém se ia sentar à mesa, o número de cervejas já tinha ultrapassado as nossas idades somadas e eu a ver que o dia 1 ia ser passado de avental a arrumar a casa.

Eis que a minha irmã me liga a dizer que vai dar, na nossa ex casa, um jantar para as amigas e que nos podíamos juntar. Pelos três andares lá nos dividiriamos. Ok. Tá certo.

Vou abreviar e saltar para o fim da história: a coisa ganhou proporções dramáticas, apareceram cerca de 50 pessoas (ou mais), o amigo do amigo do amigo, a malta do Restelo e por aí fora, grupos de pessoas estranhas e que não se conheciam, com gostos musicais muito diversos que quase levaram a mortes no recinto com as competições pela música que se ouvia... juntemos-lhe muito álcool e algumas expulsões da casa e já se vê o cenário.

Cheguei tarde a casa mas contente porque sempre deu para o meu programinha, sentada à mesa (da cozinha) com os meus amigos, o nosso balanço feito e o resto do serão à volta da lareira à conversa sobre viagens, o mundo, crianças, amores e tudo aquilo de que a vida é feita.

Um trauma: o facto de a sic ter passado o ano 3 minutos mais cedo baralhou completamente o esquema... deixou uma cambada de gente feita parva a mudar de canal com muito desespero... não se faz ter de obrigar uma pessoa a escolher aquilo em que acredita e quando é que decide passar o ano.

1 comentário:

  1. A nossa passagem foi aqui em casa, um óptimo momento de reflexão e de grandes gargalhadas xD
    À meia noite lá fomos nós rebentar confetis,pobre do senhor cantoneiro... Mas pronto era uma noite digamos "diferente".
    Foi muito engraçado, apesar de os ídolos também nos terem baralhado, coitados devem usar uns relógios dos chineses LOL

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