terça-feira, 11 de janeiro de 2011

sobre a (in)tolerância

Estou profundamente convencida que as pessoas menos tolerantes, menos flexíveis e até racistas, são aquelas que sabem muito pouco do mundo.
Aquelas que nunca sairam do seu canto, que nunca estiveram lado a lado com aqueles que acham tão diferentes e, por isso, nunca conseguiram comprovar que, afinal, são tão iguais.
A ignorância em relação ao ser humano é, para mim, a maior motivadora de discórdia, incompreensão, busca de algo que se pensa ser nosso mas não é de ninguém. Aliás, é de todos. Este mundo, estas coisas, estes bens, estas paisagens, estas terras.
Ao viajar apercebemo-nos de como a origem é a mesma, de como as emoções mais básicas são iguais e, espantamo-nos, até se expressam da mesma maneira.

No dia em que a pessoa mais intolerante do mundo estiver num país onde não percebe e não é percebido e cruzar os seus olhos com os de alguém cheio de medo, de fome, de tristeza profunda sem que seja preciso trocar uma palavra, essa pessoa vai perceber como todos os outros são partes de nós, como somos tão responsáveis uns pelos outros desde que fomos metidos todos na mesma Terra.

E se não tiver oportunidade de sair de casa, do bairro, da cidade ou do país, vá ligando a televisão e perca, aliás, ganhe tempo a ver documentários, a sair dessa ignorância tão confortável e permita-se ver como o mundo está cheio de gente que acorda, trabalha, cozinha, sai para se divertir, tem filhos, fica doente, vê morrer, ri alto, se apaixona, ganha e perde, anseia, espera, sonha.

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