terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ups que já se me esquecia

Há 4 meses estava um diazorro de sol, daqueles que nos fazem querer saltar da cama e aterrar na areia, ler revistas e devorar livros, decidir se nos deixamos adormecer ou ainda vamos a mais um mergulho no mar.

Há 4 meses certos, acordei às 7h30 da manhã, tomei o pequeno-almoço e fui directa para a Lúcia Piloto.
Pintaram-me e pentearam-me. Tive madrinhas à minha volta a tirar fotografias, a dizer gracinhas e a esconder que estavam mais nervosas que eu.

Há 4 meses certos, depois de muita galhofa, desfiles de passerelle, fotografias até dizer chega, um brinde com o champanhe que a TAP me ofereceu para compensar um descuido que teve comigo, eu fui direitinha a ti e aquele altar.



Há 4 meses eu disse que sim. Não estava nervosa, não estava ansiosa, não estava envergonhada. Estava feliz. Muito feliz. E certa. Mais certa que nunca. Cheguei a pensar que alguma coisa de errado se passava comigo por não me sentir nervosa, ou por não ter chorado, nem sequer emocionado. É que eu estava tão feliz e queria tanto aquilo que apenas deixei que as coisas fossem rolando da maneira como tinhamos pensado e planeado nos últimos meses. Rodeados dos nossos amigos e da nossa família, a partilhar e dizer ao mundo o quanto não temos medo de dar este passo com a certeza do grande amor que nos une.

Há 4 meses pareciamos tão novos como parecemos agora (vimos no outro dia o filme e ninguém nos dá mais do que 17 anos)... e somos. Muito novos. Tão novos que pode parecer asneira. Tão novos que faz os velhos (de espírito) temer pelo nosso futuro... e aproveitar a vida? e viajar? e conhecer outras pessoas? e o duro que é uma vida a dois?

Que sabor pode ter a vida quando não é partilhada com aqueles que amamos? O que poderá ser aproveitar mais a vida do que, todos os dias, adormecer e acordar ao lado do homem da minha vida? E aquela sensação de me virar a meio da noite e não precisar de abrir os olhos para sorrir só de o sentir ali ao meu lado? E por que não viajar e conhecer outras pessoas com ele ao meu lado? E fazermos amigos, e angariarmos telefones, facebooks e moradas de outros para podermos continuar a viajar com sítio onde ficar?

O duro que é uma vida a dois? Pois é... a história dos meus pais já mo tinha ensinado e eu cheguei aqui bem mentalizada de que o casamento é feito de realidade. Mas, o que poderá haver de mais bonito do que a vida a dois ser construida pelos dois? E as vezes que for preciso destruir, ser pelos dois? e voltar a construir... tantas vezes quantas for preciso. Termos casados (tão) novos não nos traz desvantagens, pelo contrário: traz a vantagem de podermos crescer moldando-nos um ao outro, ter a tolerância e ausência de caprichos que nos permitirá rir das coisas estúpidas e insignificantes que minam os casamentos de hoje em dia. Permite-nos crescer na certeza de que precisamos um do outro e não nos confere a falta de humildade de pensar que somos mais do que suficientes e nos bastamos para fazer caminho sozinhos.

Há 4 meses disse que sim, que queria crescer contigo e fazer-te crescer a ti. Há 4 meses disse que sim, que confiava plenamente em ti ao ponto de te entregar a responsabilidade pela minha felicidade. Há 4 meses disse que sim à mais difícil das missões: ser responsável pela concretização dos teus sonhos e pelo teu caminho até ao céu.
Há 4 meses dissemos que sim, que não temos medo daquilo que nos espera porque habita em nós a certeza de que é a este amor que vamos buscar as forças para tirar, saltar ou afastar as pedras do caminho.
Há 4 meses dissemos que sim, que nos aceitamos com aquilo que somos e que temos mas, mais do que isso, que estamos abertos a tudo o que ainda virá. E não nos poderemos estranhar porque vamos fazê-lo juntos, porque vamos assistir diariamente a este fenómeno que tem tanto de bonito como de assustador que é o crescer, desenvolver-se, envelhecer.

4 comentários:

  1. Tenho tanto orgulho em ser vossa madrinha!!!

    Porque confio PLENAMENTE no vosso sim, tal como espero um dia vir a confiar no meu!!!

    B.

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  2. que bem dito!
    e que assim continuem tão felizes e tão jovens (como no filme que amei ver)

    beijo

    Jo

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