quarta-feira, 2 de março de 2011

Do fim-de-semana ficou a certeza de que é possível apaixonarmo-nos de novo, todos os dias, pela mesma pessoa e por coisas diferentes que estavam escondidas, mal nós sabemos onde. Ou então não estavam escondidas, simplesmente não existiam, e surgiram desta capacidade que temos de sempre nos reinventarmos, de nos ultrapassarmos e regenerarmos. Por amor. Porque o outro estimula isso em nós e porque não queremos que viva com este "eu" que achamos, todos os dias, ainda tão imperfeito. Quer dizer, há algumas pessoas que se acham perfeitas, mas essas precisam de mudar essa crença quando encontrarem o amor, porque assim não lhes será possível perpetuar a felicidade tão característica de quem se olha pela primeira vez, de quem faz de cada toque e abraço o primeiro de todos os que se quer para uma vida.

Do fim-de-semana ficou, também, este reconforto no coração de que, se nada mais existisse, só o seu amor me bastava. E um estalo na cara que me apetece dar de todas as vezes que, por culpa da exaustão dos dias, o empurro e rejeito os seus abraços e beijos desenfreados e grito muito descontrolada "importas-te de me deixar fazer o jantar que quero ver se me despacho?".

Desta semana, que vai a meio, fica-me a compreensão de como é fácil esgotarmo-nos e dar tudo de nós quando o levantar de manhã é movido pela profunda paixão ao que se faz, pela luta que travamos com a vida, a história e o tempo para que as caras que nos falam de lágrimas nos olhos, possam sorrir e vê-las secar. E todo um nó se nos dá na barriga quando marcamos uma reunião com uma mãe, conscientes de que nenhuma está preparada para ouvir dizer que o seu filho vai ser encaminhado para psiquiatria e lhe esperam algumas noites mal adormecidas.

1 comentário:

  1. Obrigada! Vai haver mudanças para aqui, é que tenho a alma a transbordar de coisas por dizer!

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