sábado, 5 de março de 2011

e ontem nasceu um pequeno trauma

O programa era ir ver a casa nova que os nossos amigos noivos vão alugar. Não tem nada dentro, por isso já se sabia que era sentar no chão e ficar no jardim. Levaram cerveja, bolachas, batatas e amendoins. Então eu saí de casa devidamente equipada: sem carteira, telemóvel no bolso do meu blusão preto e quentinho, camisola quente, ainda que gira, calças de ganga e botas rasas, pelo joelho.
Tudo correu muito bem e como planeado. Até que decidimos ir beber um copo e dar um pezinho de dança. Asneira. Transformou-se numa noite até às tantas, numa disconight muito central e concorrida, em que cada movimento da minha cabeça correspondia a encontrar alguém que eu conhecia.
E eu ali, vestida da mesma maneira de quem vai só ali colher flores e apanhar os ovos para o almoço.

Senti-me tipo aqueles índios ou as pessoas que nunca viram a civilização. Ir à casa-de-banho era um ataque à minha pessoa: eu ali, na fila, a ser olhada como uma estranha por miúdas cujos traços eram irreconhecíveis tal era a maquilhagem e que, se desse o caso de se baixarem, ficariam com as traseiras muito expostas, com os cintos que levavam a fazer de saias.

Foi uma noite gira, mas mais uma daquelas que me faz pensar acerca das razões que podem levar alguém a transformar-se só para entrar numa discoteca e ser visto na noite. E aquele ar de que andam à caça, com olhos fatais em busca das presas.

2 comentários:

  1. Quando és assim bonita por dentro não precisas de extras. Pergunta ao D. - aposto que te achou mais bonita que qualquer miuda na disco ;)
    Adoro o teu blogue!

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