sexta-feira, 1 de abril de 2011

"é com eles que tu tás casada?"

Não. Não é com mais ninguém para além de um com o outro que estamos casados.
Mas pode ser tão difícil gerir a família do outro como uma multinacional na falência.
Vale-nos, ou antes, falarei só por mim, o que me vale é que gosto deles. Gosto dos meus sogros, da minha sogra também, de cada um dos meus cunhados. Cada um com as suas coisas, boas e más, com as suas lutas e exigências. Gosto que precisem de se ver e estar juntos como as flores precisam de água, gosto que num minuto se ponham todos do outro lado do país (ou do mundo) se alguém precisar. Gosto que me sintam como parte fundamental da família, que exijam a minha presença como a de qualquer outro que nasceu ali.

Se, às vezes, é demais? É. Naqueles dias em que quero agarrar nele e não o deixar levantar do sofá toda a tarde, em que me apetecia que jantassemos sozinhos, que ficassemos por aqui sem razão nenhuma, sem ser porque temos alguma coisa para arrumar, limpar, montar, estudar. Só porque sim. Porque somos marido e mulher e porque uma família, para crescer e se tornar coesa, precisa de tempo juntos.

Mas este "às vezes é demais" é um às vezes sincero, é mesmo só algumas vezes e, na maioria das vezes, quando eu dormi mal (ou pouco), quando estou estafada e só preciso de colo em vez de tardes em família. De resto, não, não estou casada com eles, e não vou por obrigação, estou, vou, e preocupo-me com todos porque quero, porque gosto. Porque me faz falta.

2 comentários:

  1. Pois é, o crescer traz-nos mais responsabilidades, mais "obrigações", mas tenho a certeza que uma boa conversa a dois, poderá resolver esse problema. Se vocês casal, primeiro não crescerem apoiados um no outro, com muita dificuldade poderão assistir aos outros. Conversem, tenham coragem de dizer hoje não me apetece a tua, a minha familia, hoje quero a nossa (nova) familia,sejam "corajosos" e sinceros, e se alguem não vos perceber,é porque não vos merece.

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  2. Desde o dia 4 de setembro de 2010 que vocês constituíram a vossa própria FAMÍLIA. Neste momento da vossa vida só vocês é que têm de consumir o vosso tempo. O tempo para os outros surge, naturalmente, quando surgir. Para com os outros, não há obrigações, existe sim o respeito e o agradecimento por vos terem ajudado a crescer e a construírem a vossa vida a dois. Para isso vos deram asas para voar. Voem.

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