quarta-feira, 28 de março de 2012

e as coisas simples, perguntam vocês?

Porque não calha a todos a possibilidade de viajar pelo Mundo, de encontrar o amor da nossa vida e toda uma série de coisas que poderiam argumentar para justificar a vossa falta de motivação (e imaginação) para viver os segundos de cada dia-a-dia.

Aí eu digo, meus caros, a possibilidade de nos ultrapassarmos está muito além dos recursos que temos. Está e caminha diariamente connosco: habita em nós.
Só é preciso vencer a inércia desta sensação confortável de nos deixarmos estar.
Cá em casa, um batido de morango ao pequeno-almoço, acordar e ter pão comprado e sumo de laranja feito, deixar papelinhos a dizer "amo-te" dentro das meias, desligar a televisão e convidar a um passeio à volta do quarteirão, jantar no chão em cima de mantas em vez de sentados à mesa, comprar croissants no pingo-doce e sentar em frente ao rio, agendar sessões de cocegas, estar com um amigo ou uma amiga 20 minutos dentro do carro em frente ao jardim da Estrela ou parados nos sinais de trânsito porque são os únicos 20 minutos que temos e são preciosos demais para se desperdicarem.
Tudo isto são maneiras de Viver. Depende da mentalidade, e do valor que damos a cada um dos segundos que respiramos.

Quanto às viagens, são opções. Não me lembro das últimas vezes que fui às compras ou que não fiz contas no supermercado. Prefiro chegar a casa e por esses 5 ou 10 euros no mealheiro da sala e de vez em quando abrirmos e ver até onde podemos ir. Porque quando viajamos (e dormimos em camaratas de hostels e comemos sandwiches no supermercado) enriquecemos mais do que podemos imaginar, porque voltamos mais e maiores, cheios de coisas que não tínhamos, paisagens que não víamos, pessoas que não conhecíamos. E isso vale mais do que as calças e os sapatos da nova colecção.
Mas, como digo, são opções.

1 comentário:

  1. este post foi completamente inspirador, arrebatador. aquele termo técnico caríssimo que se chama "abre-olhos". obrigada por isso!

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