sábado, 20 de novembro de 2010

e se pudesse?

Se eu pudesse deixava a vida fluir, esquecia-me dos teus defeitos e tu dos meus e com o tempo aprenderíamos a viver um com o outro sem nos cansarmos, sem nos magoarmos, sem sombras nem equívocos... Se eu pudesse, levava-te agora para casa, sentávamo-nos a conversar, explicava-te porque é que um dia reparei que existias e sem querer me esqueci do meu coração entre os teus dedos... Se eu pudesse... mas não posso, porque ninguém caminha sozinho, uma ponte só se constrói se as duas margens deixarem e o rio só corre se a corrente empurrar. E eu não sou mais que uma gota de água nesse rio parado,uma peça perdida de uma ponte desmantelada, um mapa riscado que se esqueceu de todos os caminhos, uma folha em branco que perdeu a caneta, uma voz sem som, uma mão sem a outra. Falta-me a tua voz, o teu desejo, o teu querer, o teu poder. Falta-me uma parte de mim que te dei e que agora já não podes devolver...

Um dia havemos de nos entender...

Se eu pudesse, roubava o tempo do mundo fazia cada momento durar mais do que um segundo e sussurrava, quanto tempo é só nosso... Se pudesse fazia por ti, tudo o que não posso em cada olhar que fica, cada beijo que voa a cada palavra amiga que sozinha nos conta esta história tao leve, por mais breve que seja faz eterno um só momento por mais esquecido que esteja... Se eu pudesse, ser um pouco mais do que isto ser mais que uma palavra, uma melodia que capta o teu ouvido mais que um mito sem sentido musicalidade ou arte, queria ser a certeza que assim deixei o corpo de parte, a verdade a qual acenas ao longe, e quando te escondes por detrás desse sorriso, deixa-me só tentar mostrar que as respostas não estão lá fora... Se eu pudesse, secava as lágrimas que eu não sequei mudava as respostas que quando querias não dei, eu sei que vales mais e é esse mais que ainda procuro não sei se o tenho mas mantenho esperanças no futuro. Atento ao tempo e não me lembro de mudar por mim, cinzenta por dentro procuro mil e uma cores em ti encontro pisos incadescentes, de vez em quando és a policromia que me preenche sonhos a preto e branco...

Eu também tenho medo, mas se pudesse não o guardava em segredo tornava tudo tão óbvio, tão dócil e brilhante para ser mais do que uma amiga, uma amante visitante, o tempo sem promessas que constatemente faça presença que não sou quando já só queres um abraço, certeza sem barreiras que tu precisas de ter ou a felicidade que te dou mas que não sei manter...

Se eu pudesse, ter-te encontrado mais cedo medo que não tenho eu tinha, garanto que valia quando penso na diferença que faz estar ou não estar contigo não vivo através de ti, mas aprendi a viver comigo. Cada opinião que trazes vale por mil sentenças quando estás dás força e não motivação apenas, eu aposto que não reparas, que nem sabias que existe admiração até nas minhas atitudes frias... Se eu pudesse, ser diferente e mudar por ti ser o que mereces e manter-me assim, trocar a vida que tenho pela que desejas e não te encher de lágrimas quando me beijas ser o momento que mais sentiste a tua mais que tudo, quando tudo o resto é triste... Se eu pudesse, era tudo como preferes mas eu não posso ser tudo aquilo que queres...


[mesmo que não se aplique ao meu estado de espírito nem tenha nada a ver, agora, com a minha vida amorosa, acho isto lindo]
(autoria desconhecida, adaptação da M., colega de faculdade)

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