segunda-feira, 23 de maio de 2011

venho de uma família

tradicionalmente Católica. Todos, desde pequeninos, rezamos à noite, temos Avós que nos davam catequese e andamos pelos corredores das Igrejas e Capelas, fazendo as nossas festas de família à volta de grandes eventos com Jesus à mistura, baptizados, 1ªs comunhões, crismas, Natais e Páscoas...

Quando a minha prima M. e o seu marido decidiram não baptizar as crianças quando ainda eram bebés, já se está a ver o piqueno choque familiar, e o ai-Jesus-que-estão perdidos. Eles lá iam explicando que lhes fazia muito mais sentido que os miúdos, que iam ser educados no mesmo ambiente católico de sempre, que iam andar no colégio etc, tivessem a iniciativa de ser baptizados e vivessem a "coisa" com mais intensidade e sentido.

Claro que íamos dizendo "hum-hum" e ninguém acreditava que fosse mesmo assim. Mas foi.

E, quanto a mim, foi espectacular. Ver os meus primos, de 8 e 7 anos, felizes, mas felizes que só eles, a ser baptizados e a viver o momento com uma profundidade e uma intensidade brutal e, o que difere para os recém-nascidos, o modo como participaram...indescritível. Gostei imenso e faz o mesmo sentido que teria feito quando tinham acabado de nascer.

4 comentários:

  1. Diferente. Acho que o baptizado deveria ser algo que dávamos a escolher, por isso deveria realmente ser assim mais tarde =)

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  2. Olá!...

    ...E assim como quem não quer a coisa... Colocaste o dedo na ferida. Muitos não se sentem hoje Católicos... Porque simplesmente nunca foram eles próprios tidos ou achados na matéria.

    Um bom tema de reflexão! Parabéns!...

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  3. Querida R.,

    Gostei do teu post e, apesar de ter a certeza que foi uma cerimónia linda e muito vivida, acho que não nos podemos esquecer do significado do Baptismo.
    É através desse Sacramento que passamos de "criaturas" a filhos de Deus, sendo esta transformação algo muito bonito e único, algo que muda realmente a nossa vida, ainda que exteriormente não o vejamos.

    Quando a Farruskinha diz que "o baptizado deveria ser algo que dávamos a escolher", penso que há coisas que não devem esperar por uma escolha dos filhos.
    Por exemplo, se os pais considerassem que deviam esperar que os filhos tivessem maturidade para perceberem se era importante ir à escola, provavelmente quando decidissem que sim (se decidissem que sim) eles já tinham perdido uns bons (e importantes) anos de escola.
    Isto para dizer que, como acho que facilmente concordarão, há certos aspectos da vida de um filho que não devem ficar nas mãos dele, sendo da responsabilidade dos pais enquanto ele não souber discernir por si próprio. E, quanto a isso, acho que aqueles que percebem a dimensão do que é ser-se Baptizado dirão que o momento em que nos tornamos Filhos de Deus não é nem um bocadinho menos importante que o momento em que nos tornamos estudantes.

    Poder-me-ão dizer que as crianças baptizadas quando são mais crescidas vivem o momento com muito maior profundidade e noção da transformação linda que realmente nelas acontece. Como eu poderei dizer que é fantástico entrar na Faculdade desejada, no Curso sempre sonhado e com as notas ambicionadas. Mas nada disso me seria possível se alguém, nomeadamente os meus pais, tivessem resolvido esperar que eu tivesse idade suficiente para perceber por mim se queria - e como e onde queria - receber formação escolar.
    Aliás, é precisamente para que haja um momento em que somos nós, já com cabecinha e consciência do que fazemos, que confirmamos o que os nossos pais disseram por nós, que existe o Crisma.

    Para acabar, muitos parabéns à madrinha e aos primos :)

    Um beijo grande,
    T.

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  4. Que alegria me dá ver este blogue, aos bocadinhos, a ressuscitar!! Adoro quando há feedback e as pessoas se dão ao trabalho de comentar. Obrigada! É que ando tão absorta na tese (uma semana, malta, uma semana!) que não dedico tudo o que devia.

    Chamem-me maluca mas eu concordo com todas as que comentaram apesar de, aparentemente, as opiniões serem diversas. Não sei se foi o meu curso que fez de mim uma pessoa muito mais tolerante mas, a verdade, é que fui abandonando as certezas, as teorias e as regras a aplicar a todos. Se me perguntarem, pretendo baptizar os nossos filhos ainda pequenos para os incluir nesta grande família que sinto minha, para saber que desde o 1º minuto são abraçados por Jesus (de forma oficial, claro, porque sei que Jesus não deixa de abraçar os outros)... depois se eles farão o Crisma ou não (ou quando o farão) já foge um bocadinho do nosso controlo. E ainda bem, o que mais desejo é, como disse a T., que eles o façam de forma consciente e cheios de vontade. Não sei se concordo totalmente com o argumento da ida à escola e, aí, aproximo-me da opinião das outras duas leitoras: é que fui conhecendo, nas minhas andanças, muitas pessoas escaldadas com a religião precisamente por todas as pressões que foram vivendo ao longo da vida. A escola é uma questão de sobrevivência em sociedade, a religião tem de ser uma questão de sobrevivência da alma, do coração, que tem de ser gratuita e voluntária. De acordo com o ambiente em que eles crescem, sentirão, ou não, a presença de Deus no dia-a-dia, conferindo sentido a tudo o que defendemos e que podem sentir. O problema está na quantidade de gente que anda para aí a engolir sacramentos só porque manda a tradição, porque "mal não faz" e, assim como assim, sempre se faz uma festa do croquete.
    Por isso, cada um viverá com a realidade que tem e, mesmo achando que o ideal é serem bebes a ser baptizados, mais vale tarde que nunca, mais vale consciente e com vontade, do que forçados pela tradição e uma família toda que se escandaliza pela decisão...

    Obrigada por comentarem, beijinhos!

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